Leitura:
1 João 2.3-6
Essa passagem das
Escrituras nos demonstra algumas diferenças entre aqueles que conhecem
verdadeiramente ao Senhor daqueles que dizem conhecer, mas não conhecem.
A primeira afirmação acerca dos que conhecem verdadeiramente a Cristo é que esses guardam os seus mandamentos (vers. 3).
Guardar significa
observar, obedecer, cumprir. Há exemplos no evangelho de João que mencionam os
mandamentos dados por Cristo: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama” (João 14.21); “um novo mandamento vos dou” (João 13.34), entre outros.
Toda a Escritura é
inspirada por Deus, entretanto, tudo aquilo que Cristo ensinou para nós é de
fundamental importância para o seu discípulo, como por exemplo, as bem
aventuranças, o sermão do monte (Mateus 5-7), suas parábolas, etc. Daí a necessidade
de estudarmos com profundidade os evangelhos. Um filho obedece as ordens de seu
pai porque o conhece, sabe como ele pensa, o que o agrada e o desagrada. Assim também,
um discípulo que conhece ao Senhor guarda os seus mandamentos.
Após, é feita uma
afirmação sobre aqueles que dizem que conhecem a Jesus, mas são tidos por mentirosos:
“aquele que diz que o conhece e não
guarda os seus mandamentos é mentiroso” (vers. 4).
Nesta carta, João está
combatendo um grupo que dizia ter um conhecimento especial, espiritual de
Jesus, um movimento chamado de “docetismo”, que afirmava que o Senhor só tinha
aparência humana, mas não tinha vindo em carne. Eles, ou pelo menos parte deles, diziam que o corpo era
mal, que a única realidade boa era espiritual (um pensamento muito grego, por sinal). Logo, eles entendiam que, pelo
fato do corpo ser algo ruim, eles poderiam pecar, desgastá-lo, negando a realidade do pecado. Entretanto, João ensina que aqueles que não guardam os mais
básicos mandamentos de Cristo não podem dizer que o conhecem verdadeiramente,
são mentirosos.
Voltando aos que detém
verdadeiro conhecimento de Cristo, João nos ensina que “aquele que guarda a
palavra, nele tem se aperfeiçoado o amor de Deus”, e que “é assim que
percebemos que estamos nele” (vers. 5).
Guardar a palavra
verdadeiramente irá produzir o amor de Deus em nós, e a fé que temos n’Ele irá
se manifestar, operar pelo amor. Deus é amor, e sua intenção é que a natureza
divina, que é amor, cresça em nós, se aperfeiçoe. Esse crescimento vem
justamente por guardarmos os seus mandamentos, a sua palavra. Conhecemos que
somos verdadeiramente discípulos se verdadeiramente amarmos, e é amando uns aos
outros que seremos reconhecidos pelo mundo como seus seguidores (João 13.35).
E finalmente João nos
dá um indicativo fundamental dos que dizem que permanecem nele: “quem diz estar
nele, também deve andar como ele andou” (vers. 6). Há quem diz estar em Cristo,
mas andam de qualquer jeito. Dizem conhece-lo, mas não guardam seus mandamentos.
Quando nutrimos admiração por alguém, desejamos seguir os seus passos, imitar
sua vida. Assim são os discípulos de Cristo. Procuram viver como o mestre
andou. Observam nos evangelhos aquilo que fez e ensinou. O modo como orava e se
relacionava com o Pai e com as pessoas. Ou seja, Cristo é o padrão de vida para
os que são seus.
Há muitas coisas que
Cristo não fez que nós precisamos fazer. Por exemplo, Cristo nunca precisou se
arrepender dos seus pecados, pois nunca pecou. Entretanto, nós precisamos nos
arrepender quase que diariamente. E curiosamente, quando fazemos isso, algo que
Cristo nunca precisou fazer, estamos mais perto dele, pois foi o próprio Jesus
que nos ensinou a necessidade do arrependimento.
Jesus, por exemplo, também
nunca precisou pedir perdão pelos seus erros, pois nunca pecou. Mas nós
precisamos pedir perdão quase que diariamente a Deus, e muitas vezes, para
outras pessoas. E nesse caso também, quando fazemos algo que Jesus nunca
precisou fazer, mas ensinou, nos fundamentamos ainda mais nele, pois foi ele
quem nos ensinou a perdoar uns aos outros e a pedir perdão.
Deus abençoe!
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