sábado, 12 de maio de 2018

O chamado dos doze (Mc 3.13-19)

“Depois subiu ao monte e chamou os doze que ele mesmo quis” (Mc 1.13).

Jesus, pela sua própria vontade, chamou doze discípulos para ocuparem papel preponderante em seu ministério. O número de doze aponta certamente para as doze tribos de Israel, significando provavelmente que se está a criar agora um novo momento na história do povo de Deus, que não está mais restrita a um povo étnico, nem mesmo a um lugar geográfico específico. Que lições podemos depreender deste relato do evangelho de Marcos?

Em primeiro lugar, vemos que Jesus chamou “os que ele mesmo quis” (vers. 13). Isso demonstra a soberania do Senhor, em determinar dentre os seus quais realizariam determinadas funções. Esse chamado continua ocorrendo na vida de homens e mulheres, pela atuação da igreja, e pelo poder do Espírito.

O Senhor os chamou para “estarem com ele” (vers. 14), ou seja, em um processo de comunhão contínua, ele os ensinaria a fim de que um dia continuassem a obra que ele estava iniciando. Essa comunhão com o Senhor se dá hoje em comunidade, pois onde há dois ou mais reunidos em seu nome, ali ele está.

Jesus também os “enviou para pregar” e “exercer autoridade sobre os demônios, (vers. 14b-15), sendo que em outra passagem ele fala em “curar doentes” e “ressuscitar os mortos”. Ou seja, Jesus chama para si, a fim de treinar pessoas e lhes dá uma missão. Isso é um desafio para os líderes de hoje que devem chamar pessoas, treiná-las e enviá-las em missão.

O Senhor também coloca seus discípulos em comunidade, de gente diferente umas das outras. Alguns eram pescadores, como Pedro e André. Outros tinham um temperamento meio explosivo, como João e Tiago, os “filhos do trovão”. Pedro era cheio de altos e baixos, ora andando sobre as águas, ora afundando; ora confessando que Jesus é o Filho de Deus e sendo chamado de Rocha, ora, sendo chamado de Satanás por ter tentando desviar Jesus de seu caminho; ora dizendo que não vai trair o Mestre de modo algum, ora fugindo e traindo. Também tinha gente meio sumida, que quase não abria a boca, como Tiago, filho de Alfeu. Tinha um cobrador de impostos, como Mateus, um cooperador do império. Havia um zelote, revolucionário. Havia até um falho de caráter, ladrão e traidor. Enfim, é no meio desse povo diferente que somos chamados a viver e conviver.

Se um dia você se sentiu chamado pelo Senhor, pergunte-se o que está fazendo do seu ministério. Tem convivido com o povo do Senhor? Tem procurado estar com ele, pela comunhão com os irmãos, sendo instruído na Palavra? Ou não está disposto a lidar com quem é diferente de você, que pensa diferente de ti? Tem tido tempo devocional, de oração de portas fechadas? Tem procurado desenvolver o dom que um dia recebeu, buscando cumprir a sua missão? E você, líder? Tem chamado pessoas, andado com elas, treinando-as e enviando-as? Ou tem folgadamente esperando que as coisas simplesmente aconteçam, como que por um milagre? É daquele que aparece no meio do povo somente no domingo para pregar? Não ouve seus liderados? É orgulhoso? Não caminha com eles?

Enfim, que o exemplo de Jesus possa nos inspirar em nossa missão! 



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