“Depois
subiu ao monte e chamou os doze que ele mesmo quis” (Mc 1.13).
Jesus, pela sua própria
vontade, chamou doze discípulos para ocuparem papel preponderante em seu
ministério. O número de doze aponta certamente para as doze tribos de Israel,
significando provavelmente que se está a criar agora um novo momento na
história do povo de Deus, que não está mais restrita a um povo étnico, nem
mesmo a um lugar geográfico específico. Que lições podemos depreender deste
relato do evangelho de Marcos?
Em primeiro lugar,
vemos que Jesus chamou “os que ele mesmo quis” (vers. 13). Isso demonstra a
soberania do Senhor, em determinar dentre os seus quais realizariam
determinadas funções. Esse chamado continua ocorrendo na vida de homens e
mulheres, pela atuação da igreja, e pelo poder do Espírito.
O Senhor os chamou para
“estarem com ele” (vers. 14), ou seja, em um processo de comunhão contínua, ele
os ensinaria a fim de que um dia continuassem a obra que ele estava iniciando. Essa
comunhão com o Senhor se dá hoje em comunidade, pois onde há dois ou mais
reunidos em seu nome, ali ele está.
Jesus também os “enviou
para pregar” e “exercer autoridade sobre os demônios, (vers. 14b-15), sendo que
em outra passagem ele fala em “curar doentes” e “ressuscitar os mortos”. Ou
seja, Jesus chama para si, a fim de treinar pessoas e lhes dá uma missão. Isso é
um desafio para os líderes de hoje que devem chamar pessoas, treiná-las e
enviá-las em missão.
O Senhor também coloca
seus discípulos em comunidade, de gente diferente umas das outras. Alguns eram
pescadores, como Pedro e André. Outros tinham um temperamento meio explosivo,
como João e Tiago, os “filhos do trovão”. Pedro era cheio de altos e baixos,
ora andando sobre as águas, ora afundando; ora confessando que Jesus é o Filho
de Deus e sendo chamado de Rocha, ora, sendo chamado de Satanás por ter tentando
desviar Jesus de seu caminho; ora dizendo que não vai trair o Mestre de modo
algum, ora fugindo e traindo. Também tinha gente meio sumida, que quase não
abria a boca, como Tiago, filho de Alfeu. Tinha um cobrador de impostos, como
Mateus, um cooperador do império. Havia um zelote, revolucionário. Havia até um
falho de caráter, ladrão e traidor. Enfim, é no meio desse povo diferente que
somos chamados a viver e conviver.
Se um dia você se
sentiu chamado pelo Senhor, pergunte-se o que está fazendo do seu ministério.
Tem convivido com o povo do Senhor? Tem procurado estar com ele, pela comunhão
com os irmãos, sendo instruído na Palavra? Ou não está disposto a lidar com quem é diferente de você, que pensa diferente de ti? Tem tido tempo devocional, de oração
de portas fechadas? Tem procurado desenvolver o dom que um dia recebeu,
buscando cumprir a sua missão? E você, líder? Tem chamado pessoas, andado com
elas, treinando-as e enviando-as? Ou tem folgadamente esperando que as coisas
simplesmente aconteçam, como que por um milagre? É daquele que aparece no meio
do povo somente no domingo para pregar? Não ouve seus liderados? É orgulhoso? Não caminha
com eles?
Enfim, que o exemplo de Jesus possa nos inspirar em nossa missão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário