sábado, 7 de julho de 2018

Aprendendo com a história do rei Roboão

Leitura: 2 Crônicas 12

Israel passou por um período de monarquia unida, com os Reis Saul, Davi e Salomão.

Salomão, no final de seu reinado, passou a adorar outros deuses como resultado de seus inúmeros relacionamentos conjugais (1Reis11.1-8). Por decorrência disso, o reino seria tirado de sua descendência (1Reis11.12), passando a existir o reino do Norte (Israel, ou Efraim) e o reino do Sul (Judá).

Roboão foi o primeiro rei a reinar no Sul. Ele até pensou em tentar recuperar o reino do Norte, porém, foi dissuadido de não tentar (2Cro11.4), pois tal divisão veio do próprio Senhor por conta do pecado de Salomão.

No início de seu reinado, Roboão foi próspero, edificando cidades, exército, e até mesmo a religião, pois sacerdotes e levitas deixaram o reino do Norte e vieram para Jerusalém, tendo sido fiel ao Senhor por três anos (2Cro11.17).

Entretanto, a fidelidade de Roboão durou pouco. Tendo se fortalecido, deixou a lei do Senhor (vers. 2), e por conta disso sofreu derrotas nas mãos dos egípcios (vers. 3). Tais derrotas eram por conta de terem abandonado ao Senhor, conforme advertiu o profeta Semaías (vers. 5). O rei e os príncipes então se humilharam ao Senhor (vers. 6), e foram perdoados (vers. 7). Porém, isso não evitou que fossem feitos servos (vers. 8), e fossem tomados os tesouros da casa do Senhor e do rei (vers. 9). Posteriormente, Roboão voltou a se fortalecer (vers. 13), porém, não há um indicativo em sua história que tenha sido um bom rei. O que podemos aprender com esse relato?

Primeiramente, que algumas pessoas só buscam ao Senhor até atingir certa prosperidade. Foi o que Roboão fez. Ele estava em uma situação delicada. Dez tribos deixaram de ficar sob o seu comando. Jeroboão, o rei de Israel, se tornara um inimigo e tanto. Por conta disso, Roboão foi fiel ao Senhor por três anos, porém, uma vez tendo o reino fortalecido, deixou de buscar o Senhor e abandonou a sua lei. Não é incomum pessoas se tornarem extremamente fieis até conseguirem atingir determinado objetivo. Um emprego, a salvação do casamento, a cura de uma enfermidade, entre outras coisas, porém, uma vez atingido o objetivo, deixam de buscar ao Senhor. Que não cometamos esse erro.

Outra coisa que aprendemos é que o Senhor permite que os inimigos de seu povo obtenham certas vitórias. Isso acontece para disciplinar o seu povo quando esse se torna infiel. Em algumas ocasiões, o próprio Senhor suscita tais inimigos. Certamente vem a prosperidade nos tempos de fidelidade, entretanto, caso seu povo não permaneça fiel, poderá ser duramente disciplinado.

Em terceiro lugar, aprendemos que quanto mais rápido o povo de Deus se arrepender de seu erro, maior a probabilidade de recuperação. O inimigo de Roboão veio às portas. Era poderoso, e já havia tido muitas vitórias. Advertidos pelo profeta, Roboão e os príncipes de Israel se humilharam. E esse foi o motivo de não terem sido completamente destruídos. Assim também nós, quando pecarmos, devemos nos arrepender o mais rapidamente para que as consequências dos nossos pecados não venham destruir as nossas vidas.

Aprendemos também que, embora o Senhor perdoe o povo de seus pecados, algumas vezes ele permite um sofrimento didático. Ele deixou o seu povo servir aos egípcios para que aprendessem a diferença entre servir a Deus e os egípcios. Não é incomum pessoas que viveram muito tempo “no mundo” e depois se convertem, aprendem rapidamente a diferença entre a servidão mundana e aquela decorrente da fidelidade ao Senhor. Entretanto, muitos daqueles que sempre viveram no âmbito da religião parecem não saber tal diferença. O Senhor, didaticamente então permite que tal sofrimento venha para que seus filhos saibam a diferença. O ideal nestes momentos é manter o estado de humilhação diante de Deus.

Outra coisa que aprendemos é que, homens infiéis correm o risco de perder tudo, ou boa parte daquilo que foi amealhado pelas antigas gerações. Nesta história, Judá foram levados os tesouros da Casa do Senhor e da casa do rei. Ou seja, tudo o que fora juntado desde os tempos de Davi e Salomão. Com isso aprendemos que, cada geração tem que manter um nível de fidelidade, senão pode perder tudo aquilo que outras gerações juntaram. Quantas pessoas, por sua infidelidade, desprezam toda uma geração anterior que viveu em fidelidade evangélica! Correm o risco de perderem toda sua herança!

Que possamos aprender com o erro dos reis de Judá e de Israel para não cometer os mesmos erros!

Que esse possa ser uma aprendizado para a vida!

Carlos Seino

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