Leitura: 2 Crônicas 12
Israel
passou por um período de monarquia unida, com os Reis Saul, Davi e Salomão.
Salomão,
no final de seu reinado, passou a adorar outros deuses como resultado de seus
inúmeros relacionamentos conjugais (1Reis11.1-8). Por decorrência disso, o
reino seria tirado de sua descendência (1Reis11.12), passando a existir o reino
do Norte (Israel, ou Efraim) e o reino do Sul (Judá).
Roboão
foi o primeiro rei a reinar no Sul. Ele até pensou em tentar recuperar o reino
do Norte, porém, foi dissuadido de não tentar (2Cro11.4), pois tal divisão veio
do próprio Senhor por conta do pecado de Salomão.
No
início de seu reinado, Roboão foi próspero, edificando cidades, exército, e até
mesmo a religião, pois sacerdotes e levitas deixaram o reino do Norte e vieram
para Jerusalém, tendo sido fiel ao Senhor por três anos (2Cro11.17).
Entretanto,
a fidelidade de Roboão durou pouco. Tendo se fortalecido, deixou a lei do
Senhor (vers. 2), e por conta disso sofreu derrotas nas mãos dos egípcios
(vers. 3). Tais derrotas eram por conta de terem abandonado ao Senhor, conforme
advertiu o profeta Semaías (vers. 5). O rei e os príncipes então se humilharam
ao Senhor (vers. 6), e foram perdoados (vers. 7). Porém, isso não evitou que
fossem feitos servos (vers. 8), e fossem tomados os tesouros da casa do Senhor
e do rei (vers. 9). Posteriormente, Roboão voltou a se fortalecer (vers. 13),
porém, não há um indicativo em sua história que tenha sido um bom rei. O que
podemos aprender com esse relato?
Primeiramente,
que algumas pessoas só buscam ao Senhor
até atingir certa prosperidade. Foi o que Roboão fez. Ele estava em uma
situação delicada. Dez tribos deixaram de ficar sob o seu comando. Jeroboão, o
rei de Israel, se tornara um inimigo e tanto. Por conta disso, Roboão foi fiel
ao Senhor por três anos, porém, uma vez tendo o reino fortalecido, deixou de
buscar o Senhor e abandonou a sua lei. Não é incomum pessoas se tornarem
extremamente fieis até conseguirem atingir determinado objetivo. Um emprego, a
salvação do casamento, a cura de uma enfermidade, entre outras coisas, porém,
uma vez atingido o objetivo, deixam de buscar ao Senhor. Que não cometamos esse
erro.
Outra
coisa que aprendemos é que o Senhor
permite que os inimigos de seu povo obtenham certas vitórias. Isso acontece
para disciplinar o seu povo quando esse se torna infiel. Em algumas ocasiões, o
próprio Senhor suscita tais inimigos. Certamente vem a prosperidade nos tempos
de fidelidade, entretanto, caso seu povo não permaneça fiel, poderá ser
duramente disciplinado.
Em
terceiro lugar, aprendemos que quanto
mais rápido o povo de Deus se arrepender de seu erro, maior a probabilidade de
recuperação. O inimigo de Roboão veio às portas. Era poderoso, e já havia
tido muitas vitórias. Advertidos pelo profeta, Roboão e os príncipes de Israel
se humilharam. E esse foi o motivo de não terem sido completamente destruídos. Assim
também nós, quando pecarmos, devemos nos arrepender o mais rapidamente para que
as consequências dos nossos pecados não venham destruir as nossas vidas.
Aprendemos
também que, embora o Senhor perdoe o
povo de seus pecados, algumas vezes ele permite um sofrimento didático. Ele
deixou o seu povo servir aos egípcios para que aprendessem a diferença entre
servir a Deus e os egípcios. Não é incomum pessoas que viveram muito tempo “no
mundo” e depois se convertem, aprendem rapidamente a diferença entre a servidão
mundana e aquela decorrente da fidelidade ao Senhor. Entretanto, muitos
daqueles que sempre viveram no âmbito da religião parecem não saber tal
diferença. O Senhor, didaticamente então permite que tal sofrimento venha para
que seus filhos saibam a diferença. O ideal nestes momentos é manter o estado
de humilhação diante de Deus.
Outra
coisa que aprendemos é que, homens infiéis correm
o risco de perder tudo, ou boa parte daquilo que foi amealhado pelas antigas
gerações. Nesta história, Judá foram levados os tesouros da Casa do Senhor
e da casa do rei. Ou seja, tudo o que fora juntado desde os tempos de Davi e
Salomão. Com isso aprendemos que, cada geração tem que manter um nível de
fidelidade, senão pode perder tudo aquilo que outras gerações juntaram. Quantas
pessoas, por sua infidelidade, desprezam toda uma geração anterior que viveu em
fidelidade evangélica! Correm o risco de perderem toda sua herança!
Que esse possa ser uma aprendizado para a vida!
Carlos Seino
Nenhum comentário:
Postar um comentário