segunda-feira, 26 de junho de 2017

Alegrai-vos no Senhor



Leitura: Filipenses 4.4-9

4 Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
5 Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.


Breves comentários

4 Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.

Mais uma vez a temática da alegria! Alegria “no Senhor”, ou seja, alegria em desfrutar dessa bendita comunhão. Não há substituto no mundo para tal alegria, e estamos a falar de alguém que está em prisão, correndo o risco de ser inclusive condenado e morto. Mas a morte não tem domínio sobre Paulo, pois ele até que preferia partir e estar com Cristo. Por maiores que possam ser as alegrias desta vida, elas se empalidecem quando comparadas à Cristo e à comunhão que podemos usufruir com Ele.

Há quem diga que a ênfase na espiritualidade cristã não deveria estar somente na sobriedade, austeridade, seriedade. A marca da espiritualidade cristã deveria estar também primordialmente na alegria no Senhor. Paulo nos dá alguns conselhos práticos para nos alegrarmos no Senhor.

5 Seja a vossa moderação/gentileza conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.

Algumas traduções trazem por “moderação”, outras por “gentileza”, ou “amabilidade”. Segundo alguns, não há termo em português que traduza corretamente tal palavra. O cristão tem que ser compreensivo, empático, manso, moderado para com o seu próximo, e a razão disso é porque o Senhor está próximo! Paulo deseja que todas as pessoas nos conheçam dessa forma. 

É uma pena que constantemente sejamos vistos mais como intolerantes agressivos e mau humorados que precisam fazer valer a todo custo sua razão.

E a razão pela qual cada qual deve ser comportar com fidelidade é que para nós, o Senhor está sempre perto. Perto, porque é onipresente. Perto porque habita em nós. Perto, porque para nós, a expectativa de sua volta é sempre eminente. Perto, porque nossa vida é muito curta nesse mundo e logo estaremos com ele.

6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.

Ansiedade é inquietação, preocupação demasiada, podendo até ser medo por aquilo que ainda sequer aconteceu. A cura para a ansiedade é a oração. Por isso, devemos orar “em tudo” que nos causa ansiedade. Nossas petições (pedidos) devem ser conhecidas, direcionadas a Deus pelas nossas orações. Devem ser orações específicas por cada causa que nos inquieta. Se a ansiedade, a preocupação for grande, devemos suplicar, que é pedir reverentemente. Mas não podemos nos esquecer de termos um coração grato, de agradecermos por tudo ao nosso Senhor, pois o fiel entende que tudo o quanto recebe do Senhor é por sua graça e bondade.

7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Essa é uma das grandes marcas da vida no evangelho. A paz que excede todo o entendimento. Mesmo diante de situações tristes, que aos olhos do mundo poderiam ser desoladoras, mesmo desesperadoras. O Senhor, dá o dom de sua paz aos seus discípulos. É o resultado, o efeito concreto de nossas orações diante d’Ele (Isaias 26.3)!

Uma das provas de que a paz que recebemos de Deus não é igual a que o mundo a dá é que ela “guardará o nosso coração e a nossa mente em Cristo Jesus”. Coração e a sede de nossos sentimentos, emoções. Mente aqui reflete os nossos pensamentos. Cuida-se de uma paz tão doce que desejamos mantê-la para todo sempre.

8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.

Aqui a nossa contrapartida para de fato manter a paz que Deus nos dá, ocupando nossa mente somente com coisas virtuosas. Ele nos dá uma lista não exaustiva com seis virtudes:

Verdadeiro: buscando a verdade, seja interior e exterior, subjetiva e objetiva em tudo o quanto faz.

Respeitável/honroso: tem que zelar por sua boa fama.

Justo: o crente tem que buscar ser justo em todas as suas relações

Puro: a busca da santidade.

Amável: afável, agradável, tudo o que evoca o amor.

Boa fama/boa reputação: são aquelas coisas que, mesmo entre não crentes, causa boa impressão.

Essa é uma lista exemplificativa, pois Paulo complementa dizendo que “se há alguma honra, ou algum louvor”, seja isso que ocupe o nosso pensamento. Isso demonstra o valor do pensamento na manutenção de nossa paz e no desenvolvimento de nossas virtudes. O evangelho envolve preponderantemente a nossa mente, pois o que pensamos precede notavelmente as nossas ações, sejam elas boas ou más.

As vezes nos esquecemos, mas o que preponderantemente parece marcar a nossa diferença das demais criaturas nesse mundo é essa capacidade imensa para o pensamento. E essa capacidade que nos foi dada pelo Criador é para ser utilizada para a sua glória.

9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.

Eles aprenderam: ou seja, se colocaram como pessoas dispostas a receber informação.

Eles receberam: aderiram, acolheram a informação que lhes foi dada.

Eles ouviram: prestaram atenção.

Eles viram: perceberam que o que Paulo ensinou não ficou somente no campo teórico.

Agora, feito tudo isso, a ordem é de “praticar”.

Novamente somos chamados a atenção para o fato de que, aquele que ensina, deve se colocar como modelo do que é ensinado. Ou seja, o evangelho não tem somente um conteúdo cerebral, teórico, mas também eminentemente prático.

E aqui se fecha o ciclo da paz que tanto almejamos: o Deus da paz será conosco!

Reflexões:

1 – O que tem sido a maior fonte de alegria em sua vida?

2 – Como você é conhecido (a) pelas pessoas? Moderado? Nervoso? Truculento? Intolerante?

3 – Você é normalmente ansioso? Como faz para lidar com sua ansiedade?

4 – Do que você tem preenchido a sua mente (Salmo 19.14)?


5 – Você procura imitar a vida daquelas pessoas que são mais experientes que você no evangelho? Você é um modelo para aqueles que são menos experientes?

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