Leitura:
Filipenses 4.4-9
4 Alegrai-vos sempre no
Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
5 Seja a vossa moderação
conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Não andeis ansiosos de
coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
7 E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
8 Finalmente, irmãos, tudo o
que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se
algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.
Breves comentários
4 Alegrai-vos sempre no
Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
Mais uma vez a temática da alegria! Alegria “no
Senhor”, ou seja, alegria em desfrutar dessa bendita comunhão. Não há
substituto no mundo para tal alegria, e estamos a falar de alguém que está em
prisão, correndo o risco de ser inclusive condenado e morto. Mas a morte não
tem domínio sobre Paulo, pois ele até que preferia partir e estar com Cristo.
Por maiores que possam ser as alegrias desta vida, elas se empalidecem quando
comparadas à Cristo e à comunhão que podemos usufruir com Ele.
Há quem diga que a ênfase na espiritualidade cristã
não deveria estar somente na sobriedade, austeridade, seriedade. A marca da espiritualidade
cristã deveria estar também primordialmente na alegria no Senhor. Paulo nos dá
alguns conselhos práticos para nos alegrarmos no Senhor.
5 Seja a vossa moderação/gentileza
conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
Algumas
traduções trazem por “moderação”, outras por “gentileza”, ou “amabilidade”.
Segundo alguns, não há termo em português que traduza corretamente tal palavra.
O cristão tem que ser compreensivo, empático, manso, moderado para com o seu
próximo, e a razão disso é porque o Senhor está próximo! Paulo deseja que todas
as pessoas nos conheçam dessa forma.
É uma pena que constantemente sejamos
vistos mais como intolerantes agressivos e mau humorados que precisam fazer
valer a todo custo sua razão.
E a razão
pela qual cada qual deve ser comportar com fidelidade é que para nós, o Senhor
está sempre perto. Perto, porque é onipresente. Perto porque habita em nós.
Perto, porque para nós, a expectativa de sua volta é sempre eminente. Perto,
porque nossa vida é muito curta nesse mundo e logo estaremos com ele.
6 Não
andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
Ansiedade é
inquietação, preocupação demasiada, podendo até ser medo por aquilo que ainda
sequer aconteceu. A cura para a ansiedade é a oração. Por isso, devemos orar
“em tudo” que nos causa ansiedade. Nossas petições (pedidos) devem ser
conhecidas, direcionadas a Deus pelas nossas orações. Devem ser orações
específicas por cada causa que nos inquieta. Se a ansiedade, a preocupação for
grande, devemos suplicar, que é pedir reverentemente. Mas não podemos nos
esquecer de termos um coração grato, de agradecermos por tudo ao nosso Senhor,
pois o fiel entende que tudo o quanto recebe do Senhor é por sua graça e
bondade.
7 E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Essa é uma
das grandes marcas da vida no evangelho. A paz que excede todo o entendimento.
Mesmo diante de situações tristes, que aos olhos do mundo poderiam ser
desoladoras, mesmo desesperadoras. O Senhor, dá o dom de sua paz aos seus
discípulos. É o resultado, o efeito concreto de nossas orações diante d’Ele
(Isaias 26.3)!
Uma das
provas de que a paz que recebemos de Deus não é igual a que o mundo a dá é que
ela “guardará o nosso coração e a nossa mente em Cristo Jesus”. Coração e a
sede de nossos sentimentos, emoções. Mente aqui reflete os nossos pensamentos.
Cuida-se de uma paz tão doce que desejamos mantê-la para todo sempre.
8 Finalmente, irmãos, tudo o
que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se
algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
Aqui a nossa
contrapartida para de fato manter a paz que Deus nos dá, ocupando nossa mente
somente com coisas virtuosas. Ele nos dá uma lista não exaustiva com seis
virtudes:
Verdadeiro: buscando a verdade, seja interior e exterior, subjetiva e
objetiva em tudo o quanto faz.
Respeitável/honroso: tem que zelar por sua boa fama.
Justo: o crente tem que buscar ser justo em todas as suas relações
Puro: a busca da santidade.
Amável: afável, agradável, tudo o que evoca o amor.
Boa fama/boa
reputação: são aquelas coisas que, mesmo entre não
crentes, causa boa impressão.
Essa é uma
lista exemplificativa, pois Paulo complementa dizendo que “se há alguma honra,
ou algum louvor”, seja isso que ocupe o nosso pensamento. Isso demonstra o
valor do pensamento na manutenção de nossa paz e no desenvolvimento de nossas
virtudes. O evangelho envolve preponderantemente a nossa mente, pois o que
pensamos precede notavelmente as nossas ações, sejam elas boas ou más.
As vezes nos
esquecemos, mas o que preponderantemente parece marcar a nossa diferença das
demais criaturas nesse mundo é essa capacidade imensa para o pensamento. E essa
capacidade que nos foi dada pelo Criador é para ser utilizada para a sua
glória.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes
em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.
Eles aprenderam:
ou seja, se colocaram como pessoas dispostas a receber informação.
Eles receberam:
aderiram, acolheram a informação que lhes foi dada.
Eles ouviram:
prestaram atenção.
Eles viram:
perceberam que o que Paulo ensinou não ficou somente no campo teórico.
Agora, feito
tudo isso, a ordem é de “praticar”.
Novamente somos
chamados a atenção para o fato de que, aquele que ensina, deve se colocar como
modelo do que é ensinado. Ou seja, o evangelho não tem somente um conteúdo
cerebral, teórico, mas também eminentemente prático.
E aqui se
fecha o ciclo da paz que tanto almejamos: o Deus da paz será conosco!
Reflexões:
1 – O que tem
sido a maior fonte de alegria em sua vida?
2 – Como você
é conhecido (a) pelas pessoas? Moderado? Nervoso? Truculento? Intolerante?
3 – Você é
normalmente ansioso? Como faz para lidar com sua ansiedade?
4 – Do que
você tem preenchido a sua mente (Salmo 19.14)?
5 – Você
procura imitar a vida daquelas pessoas que são mais experientes que você no
evangelho? Você é um modelo para aqueles que são menos experientes?
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