domingo, 31 de dezembro de 2017
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
domingo, 10 de dezembro de 2017
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Colossenses: AULA 14– Cap. 4.7-18: Observações e saudação final
7 Quanto à minha situação,
Tíquico, irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor, de tudo vos
informará.
Tíquico = proveniente da Ásia; companheiro de Paulo
no fim da terceira viagem missionária (At 20.4); encarregado de levar esta
carta, bem como a de Filemon e Efésios (Ef 6. 21-22).
“Amado, fiel ministro e conservo” demonstram a alta
conta em que Paulo o tinha.
8 Eu vo-lo envio com o
expresso propósito de vos dar conhecimento da nossa situação e de alentar o
vosso coração.
Isso indica que muitas das coisas
que Paulo queria transmitir só poderiam ditas pessoalmente, por uma testemunha
ocular da situação.
9 Em sua companhia, vos envio
Onésimo, o fiel e amado irmão, que é do vosso meio. Eles vos farão saber tudo o
que por aqui ocorre.
Ao chamar Onésimo (útil, ajudador) de fiel amado e
irmão, Paulo ratifica tudo o quanto foi escrito na epístola a Filemon.
10 Saúda-vos Aristarco,
prisioneiro comigo, e Marcos, primo de Barnabé (sobre quem recebestes
instruções; se ele for ter convosco, acolhei-o),
Aristarco = oriundo de
Tessalônica, estava com Gaio, quando
foram arrebatado por uma multidão em fúria durante a terceira viagem
missionária de Paulo (At 19.29). Junto com Tíquico, era companheiro de viagem
de Paulo (At 20.4). Também se encontra com Paulo no início de sua perigosa
viagem marítima (At 27.2).
“prisioneiro comigo” = provavelmente alguém que
fico voluntariamente com Paulo para o servir na prisão. Em “Filemon”, Epafras é
chamado de “prisioneiro comigo”.
Marcos, primo de Barnabé = autor
do segundo evangelho; abandonou Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária.
Na segunda, Paulo e Barnabé discordaram a seu respeito (At 15.36-41). De
qualquer modo, Marcos recuperou a confiança de Paulo. O apóstolo Paulo chegou a
chamar Marcos de “filho” (1 Pe 5.13). E ao que tudo indica, era alguém com
algum nível de autoridade.
11 e Jesus, conhecido por
Justo, os quais são os únicos da circuncisão que cooperam pessoalmente comigo
pelo reino de Deus. Eles têm sido o meu lenitivo.
Jesus, Justo = Jesus (é o
equivalente grego de Josué ou Jesua) e o sobrenome latim Justus (o justo, o
reto). Os “únicos da circuncisão”, ou seja, que eram judeus convertidos
(Aristarco, Marcos e esse Jesus). Essa informação parece revelar uma certa
frustração de Paulo, que gostaria que mais dos da circuncisão tivessem colaborado.
Por isso esses três servem de conforto para o apóstolo..
12 Saúda-vos Epafras, que é
dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira,
continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e
plenamente convictos em toda a vontade de Deus. 13 E
dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodicéia e
pelos de Hierápolis.
Epafras, gentio, foi quem evangelizou Colossos,
Laodicéia e Hierápolis, daí sua imensa preocupação com a igreja para que não
sucumba ante as heresias e dificuldades. Essa é a demonstração de que um líder
dever continuamente se esforçar em oração pela igreja, para que esta tenha
comportamento e conhecimento maduros.
14 Saúda-vos Lucas, o médico
amado, e também Demas.
Lucas, daqui sabemos, é médico, e
é gentio. Parecia ser de caráter amável. Era constante companheiro de Paulo em
suas viagens (At 16.10-17; 20.6-16;21; 27; 28). Lucas era, assim como Paulo,
homem de grande cultura. Considerado o primeiro historiador da igreja, a quem
devemos grandes porções do novo testamento. Lucas é mencionado em outra ocasião
de prisão de Paulo (2Tm 4.11).
Demas: foi um grande colaborador
(Fm 24), mas no futuro se tornaria uma grande decepção (2Tim 4.10), pois
abandonou o apóstolo, tendo amado o presente século.
15 Saudai os irmãos de
Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa.
Geograficamente, Laodicéia era
próxima de Colossos. Aqui vemos também que as igrejas costumavam se reunir na
casa dos membros, não tendo templos naquele momento. Não sabemos quem é Ninfa.
16 E, uma vez lida esta
epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos
laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.
Uma das teorias é que esta carta
que foi escrita para Laodicéia seja a epístola que hoje conhecemos como “aos
Efésios”. Ambas são muito parecidas, pois escritas praticamente da mesa
ocasião, e é como se uma pudesse complementar a outra.
17 Também dizei a Arquipo:
atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires.
E quem é esse Arquipo? Era provavelmente
um jovem ministro, membro da família de Filemon, que vivia em Colossos, e em
cuja casa havia culto (Fm 2). Não sabemos exatamente a natureza de seu
ministério, mas provavelmente ficou encarregado da igreja, na ausência de
Epafras. Também não sabemos o que exatamente se passava, se ele estava
desanimado, mas certamente os leitores saberia do que se tratava.
18 A saudação é de próprio
punho: Paulo. Lembrai-vos das minhas algemas. A graça seja convosco.
Era costume de Paulo ditar as
cartas, e assinar, como sinal de autenticidade. Ele pede oração em sua condição
de prisioneiro, e dá a saudação final, lhes desejando o mais simples e profundo
do evangelho, que é o dom imerecido fortalecendo os irmãos.
domingo, 3 de dezembro de 2017
terça-feira, 28 de novembro de 2017
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Colossenses: AULA 12– Cap. 4.2-6: Intercessão e testemunho
2 Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.
Perseverança: ideia de continuidade,
pois surgirão diversos obstáculos que dificultarão tal tarefa.
Oração: sua definição mais singela é a forma como falamos com Deus
(ainda que sem palavras), expressando comunhão.
Vigiando: a ideia é de estar alerta, atento a todos os acontecimentos, e
fazer de todos eles motivos de oração. Orar por um milagre, como Ana; orar pela
família, como Jó; orar por livramento, como Davi; orar pelos irmãos, como
Paulo. Além disso, deve-se orar pela nação, por melhores dons, pela volta do Senhor,
por capacitação, entre muitas outras coisas.
Ações de graças: a oração também tem que trazer a confiança de que será
atendida. E diante disso, o cristão sabe que sua vida é um dom, e tem o coração
em constante agradecimento.
3 Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra
porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também
estou algemado;
Súplica,
ao mesmo tempo, também por nós: orar com bastante rogo, insistência,
intensidade. Ou seja, Paulo coloca-se a si e os seus como incluídos em todos os
motivos de oração da comunidade.
Para que Deus nos abra porta à palavra: veja que
Paulo não pede que sejam abertas as portas da prisão onde se encontra, mas que
seja dada oportunidade para ele pregar ainda mais. Não é a primeira vez que ele
quer pregar em uma situação de prisão. Paulo pouco se importa com sua própria
vida; se importa mais que o evangelho seja anunciado. Ele reconhece que é o
próprio Deus que cria oportunidades para que a Palavra seja anunciada!
A fim de que falemos do mistério de Cristo: o
Senhor é o assunto do apóstolo Paulo, qual seja, o Cristo. Mistério, porém,
agora revelado. Muito provavelmente Paulo discorreria desde os tempos da lei de
Moisés, passando pelos salmos e profetas, demonstrando que Jesus era o Cristo.
Mesmo àqueles que não fossem versados no antigo testamento, Paulo argumentaria a
ponto de chegar à Jesus. Falar acerca do Cristo, sua vida e obra, era o motivo
da existência de Paulo.
4 para que eu o manifeste, como devo fazer.
Paulo pede sabedoria a fim de que manifeste o
Cristo, ou seja, que faça com que ele, o Senhor, seja compreendido na mente de
seus ouvintes. Paulo pede oração para que saiba “como deve fazer”, ou seja,
como deve falar a fim de fazer com que o mistério de Cristo seja compreendido. A
ideia envolvida não é que ele somente diga a verdade, mas O MODO como ele irá
dizer a verdade. Muitas vezes, mesmo falando o que é correto, corremos o risco
de fazer mais mal do que bem. Por isso, não somente devemos FALAR corretamente
acerca do evangelho, mas também falar de um MODO CORRETO, apropriado, para cada
ocasião, e esse dom vem de Deus.
5 Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai
as oportunidades.
Portar-se com sabedoria é não agir de forma tola,
displicente, sujeita à desaprovação por motivos incorretos.
Para os que são de fora: entende-se, os que ainda
não fazem parte do círculo dos fiéis.
Aproveitai as oportunidades: há algumas ideias
envolvidas: a) aproveitar ao máximo cada oportunidade que surgir; b) criar as
oportunidades para que sejam aproveitadas. Mas essas oportunidades devem servir
para que? Para compartilhar o evangelho!
6 A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para
saberdes como deveis responder a cada um.
Ou seja, assim como Paulo pediu sabedoria a fim de
que modo falar, também determina que a fala dos seus leitores seja sempre agradável.
Ou seja, a melhor e maior forma de ser agradável é a de falar a verdade em
amor. Uma pessoa moralista (que quer sempre dar lição de moral), ou o famoso “dono
da verdade”, ou que sempre “aplica um sermão” ao seu ouvinte, não dando espaço
para que o outro se manifeste, ou alguém que fala em tom de voz
desnecessariamente destoante, entre outras coisas, é alguém bem desagradável, e
presta um desserviço ao evangelho.
“Temperada com sal”: é uma forma de dizer que a
palavra é agradável, pois “temperada”. Não é uma linguagem sem sabor, sem
gosto, desinteressante como um alimento destemperado.
“Para saber como responder a cada um”: é possível
que a ideia envolvida é que a medida que o cristão compartilha o evangelho, com
sabedoria, e de modo agradável, isso irá suscitar dúvidas nos ouvintes. E os
fiéis devem estar preparados para responder bem a cada um que perguntar. Para responder bem, há pelo algumas coisas que o
cristão deve fazer: a) saber ouvir a pergunta que lhe está sendo dita; b) ter
conhecimento da Palavra; c) estar sensível à direção do Senhor, daí a
necessidade de constante oração.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Colossenses: AULA 12– Cap. 3.18 - 4,1
18 Esposas, sede submissas ao próprio marido,
como convém no Senhor.
Submissão? Uma questão cultural? Ou uma questão
teológica? Em Paulo, pelo menos segundo sua concepção e entendimento, a razão
parece ser teológica, pois diz “como convém no Senhor”. Por mais impopular que
seja dizer isso hoje em dia, no pensamento de Paulo há um aspecto hierárquico
na família, qual seja, de que Cristo é o cabeça do homem, este o cabeça da
mulher, e os filhos devem obediência.
Temos muitos exemplos ruins de autoridade ao nosso
redor, mesmo entre aqueles que se dizem seguidores do Senhor. O que precisa
sempre ficar claro é que, nas Escrituras Sagradas, toda autoridade tem seu
fundamento no serviço e no bem daquele que deve obediência, como foi no próprio
exemplo do Senhor. Quem exerce autoridade deve viver para a felicidade daqueles
que estão sob autoridade (tudo isso, sempre no Senhor).
Submissão
não significa inferioridade, nem mesmo submissão absoluta, pois é submissão NO
SENHOR, não fora d’Ele.
19 Maridos, amai vossa esposa e não a trateis
com amargura.
Embora o mandamento do Senhor seja o de amor recíproco, no versículo
anterior não foi dito para mulher amar o seu esposo (embora isso esteja
implícito inclusive no próprio mandamento de não adulterar). Isso pode ser uma
forma de demonstrar que o amor do homem pela sua esposa tem que ser muito mais
ativo. O homem não deve trata-la com amargura, rispidez.
20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois
fazê-lo é grato diante do Senhor.
Paulo
sempre se volta primeiro para as pessoas que deveriam se submeter. Primeiro
fala às esposas, depois aos filhos. Todos estes, entes que pela cultura de modo
geral já eram obedientes. Mas Paulo se volta primeiro para estes por pelo menos
dois motivos: no reino, a ideia é que a submissão seja voluntária. Em segundo
lugar, pode-se muito bem obedecer apenas exteriormente, porém com coração
amargurado e espírito de revolta. Mas só há realmente valor se a submissão for “no
Senhor”, com espírito verdadeiro.
Filhos
devem obediência natural aos pais, pois destes veio sua vida, provisão. São os
pais que possuem maior experiência também. Obediência aos VOSSOS pais pressupõe
uma harmonia entre os pais na educação dos filhos.
21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para que
não fiquem desanimados.
Sempre há uma contrapartida em Paulo. Sempre há
deveres recíprocos. O governo dos pais sobre a vida dos filhos tem que ser com
a máxima justiça, sem autocracia, autoritarismo, desmandos, humilhações, para
que não gere desânimo, frustração, nem sombria resignação no coração deles.
22 Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor
segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente
agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.
Não há nada nas Escrituras que digam que a
escravidão foi determinada por Deus (como por exemplo, o casamento, a geração
de filhos, as autoridades, a igreja), mas ainda assim, Paulo não bate de frente
com tal instituto. Com exceção daqueles que não concordam com Paulo, a maioria
dos comentaristas entende que o apóstolo deseja transformar as relações entre
escravos e senhores de “dentro para fora”. Em Roma, nestes tempos, muito provavelmente
um terço da população era composta de escravos.
23 Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o
coração, como para o Senhor e não para homens,
Tão forte é a admoestação de Paulo, que tal
obediência tinha que ocorrer não somente por vigilância, mas direcionada ao
próprio Senhor. Fazer do próprio trabalho uma oferenda a Jesus, e com o coração
singelo.
24 cientes de que recebereis do Senhor a
recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo;
Paulo sustenta que este trabalho não será em vão,
mesmo feito a um senhor humano, em meio à escravidão. Haverá recompensa, pois
tudo é feito ao Senhor. Ou seja, o trabalho “profissional” cotidiano é uma
forma de obrar para o Senhor. Infelizmente muitos escravagistas abusaram de
tais premissas.
25 pois aquele que faz injustiça receberá em
troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.
Essa afirmação, muitos dizem, já vai introduzindo o
que vem a seguir, qual seja, o dever do senhor ser justo.
1 Senhores, tratai os servos com justiça e com equidade,
certos de que também vós tendes Senhor no céu.
Conforme já mencionado
anteriormente, Paulo sempre se volta primeiramente àqueles que já eram
culturalmente submissos, mas a grande novidade, é a contrapartida que Paulo
exige daqueles que exercem autoridade (maridos devem amar suas esposas, pais
não devem irritar seus filhos, senhores devem tratar os escravos com justiça e
equidade). No mundo antigo, quem exercia autoridade não necessitava dar
contrapartida necessariamente.
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Colossenses: AULA 11– Cap. 3.12-17: Revesti-vos como eleitos de Deus
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade.
Comportar-se como alguém escolhido por Deus, com a
consciência de que é alguém santo e também amado pelo Senhor. É a profunda
consciência de que foi escolhido para ser santo. Ternos afetos de misericórdia (corações
compassivos), de bondade, humildade, mansidão e longanimidade significam
virtudes sobrepostas, interligadas, em que uma leva à outra como elos de
corrente. Coração compassivo = afeição profunda; bondade = benevolência;
humildade = considerar o outro superior; mansidão = disposição de sofrer
injúria ao invés de praticá-la; longanimidade = longo ânimo, uma paciência
espichada.
13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos
mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o
Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
Suportar = dar suporte e “também suportar”; perdão é o ato que torna a
comunidade possível, tendo sempre como exemplo o Cristo. A vida em comunidade
demanda muita paciência e é nela que somos moldados.
14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que
é o vínculo da perfeição.
Amor = ágape
= amor benevolente, invencível. Vínculo da perfeição pois nos une ao Senhor, e
por consequência, uns aos outros. É também “a graça que nos liga a todas as
outras graças”, a “virtude que torna possível todas as demais virtudes”.
15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso
coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
Árbitro em nossos corações = governo, guia. Paz =
descanso e contentamento por viver em comunhão com Cristo. Em um só corpo =
dimensão social desta paz que torna possível a vida comunitária. Ou seja, não
se trata somente de uma dimensão individual. E isto tudo deve produzir corações
agradecidos. Alguém com essa paz não se comporta como alguém em que as pessoas
ao seu redor devam alguma coisa, pois seu coração descansa em Deus.
16 Habite, ricamente, em vós a palavra de
Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a
Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração.
Habitar = na mente e no coração. Isso vem por meio
da mútua instrução e aconselhamento em comunidade. O louvor é uma forma
poderosa de instrução. Salmos = provavelmente o saltério; Hinos = canto de
louvor direcionado ao Senhor; cânticos espirituais = há quem diga que tenha a
ver com a lírica, ou cânticos inspirados. Talvez tal divisão não seja tão
rígida. Ex: “Magnificat” (Lc 1.46-55), “Benedictus” (Lc 1.68-79); Apocalipse
(5.9-10; 15.2-4).
17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja
em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Em palavra (tudo o que dissermos) e ação (todos os
atos) significam que tudo deve ser feito “em conexão” com o nome de Jesus. Um
teste interessante é: tudo o que digo e o que faço pode ser dado graças ao
Senhor?
domingo, 12 de novembro de 2017
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
AULA 10– Cap. 3.1-11: Busquem as coisas do alto e façam morrer a vossa natureza carnal
1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita
de Deus.
É como se Paulo dissesse: “se vocês foram mesmo
ressuscitados com Cristo”, ou seja, se é mesmo verdade que vocês agora são do
Senhor. Denota uma ênfase prática a partir daqui. Os cristãos já são
ressuscitados em Cristo, pois estavam mortos, mas agora nasceram de novo.
Buscar as coisas lá do alto. Que coisas? É talvez
uma forma de dizer que devemos viver conforme os valores de Deus. Passamos a
reconhecer que nosso foco não é mais o que é terreno, mas sim o que é
celestial. Buscar tem a ver com esforço imenso.
Cristo assentado à direita de Deus: o próprio Jesus
ressuscitou, ascendeu e exerce autoridade, ao lado de Deus Pai. Saber que Jesus
está ao lado do Pai é fonte de grande consolo para os cristãos, pois mesmo em
meio a todas as lutas, sabemos que a vitória será certa.
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são
aqui da terra;
Paulo havia dito para “buscar” as coisas
do alto; agora diz também para “pensar” nas coisas do alto. Ou seja, só podemos
buscar algo relativo àquilo que estivermos pensando.
3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus.
Se ressuscitamos, significa que também já morremos.
O nosso velho homem morreu, e agora vive o novo, renascido em Cristo. É
afirmado como uma realidade. Paulo em seus escritos sempre dá grande ênfase à
conversão, transformação da pessoa.
Ter a vida oculta significa tremenda segurança em
Cristo, fonte de toda a nossa vida, vida essa que já foi revelada, mas não
ainda totalmente. É uma vida “conectada” com Cristo e em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se
manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.
Cristo se manifestará na sua segunda vinda, e nós
seremos manifestos com ele. Parece haver uma ênfase em um tipo de manifestação
pública. Cristo se manifestará em seu poder e sua glória. Ficará manifesto a
todos que os crentes pertencem a Jesus, embora isso possa estar, em algum
sentido, oculto. Nossa manifestação em glória também tem a ver com sermos
imediatamente transformados na
manifestação do Senhor.
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é
idolatria;
É um paradoxo, pois, se já morremos, porque
precisamos “fazer morrer”. É como se Paulo dissesse: mate aquilo que morto já
está. É o que talvez alguns chamem de o “já” e o “ainda não” que caracteriza um
pouco da nossa existência. No que se refere à nossa justificação, nós já
morremos em Cristo. Já fomos mortos e ressuscitados em Cristo, e portanto, não
há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. Mas no que se concerne
à santificação, esta é progressiva, vivida e conquistada no dia a dia. Por
isso, precisamos fazer morrer, a cada dia, a nossa natureza terrena. A busca
constante da santificação aponta para a nossa justificação. Fazer morrer quer
dizer “exterminar”, algo feito com profunda radicalidade.
Prostituição, impureza, paixão lasciva e desejo
maligno estão ligadas às perversões de caráter sexual, tão comum no mundo
gentílico de então. Avareza, ao que parece, ligado ao excessivo apego às coisas
materiais, mas há quem argumente que seja ainda algo de natureza sexual, ou
ligado a extrema autossatisfação, o que denota idolatria do próprio ego.
6 por estas coisas é que vem a ira de Deus
[sobre os filhos da desobediência].
A pratica dessas coisas mencionadas é como um imã
que atrai a ira de Deus, ou seja, sua justa desaprovação a tais atos.
7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós
também, noutro tempo, quando vivíeis nelas.
São coisas que pertenciam ao passado de alguns.
“Andar” tem a ver com o comportamento. “Viver” tem a ver com disposição.
8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de
tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso
falar.
Agora são mencionadas uma série de explosões
emocionais que devem ser evitadas, algo que começa no interior “ira” e vai se
manifestando em atos. “Despojar” é uma linguagem figurativa, que denota algo
como tirar uma roupa velha.
9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com os seus feitos
A mentira e um mundo de aparências
rodeava o mundo gentílico, como de fato, parece ocorrer até nos dias atuais.
Isso tudo são ações do velho homem.
10 e vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
No momento da nossa regeneração, nós nos revestimos
do novo homem. E esse se refaz (ideia de progresso) para o pleno conhecimento.
Crescer nessa graça é, portanto, crescer em conhecimento, “segundo a imagem
daquele que o criou”, ou seja, segundo a imagem de Deus. Esse é o progresso no
qual nos encontramos. E isso está acima de qualquer outro conhecimento
exotérico que alguém possa alegar possuir. É conhecimento intelectual e
relacional.
11 no qual não pode haver grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é
tudo em todos.
No evangelho não pode haver nenhuma
classificação quanto á etnia, religião, cultura, e social. Cristo veio para
destruir todas essas barreiras, ainda que persistam na sociedade. A graça é uma
ponte que une tudo isso.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
AULA 9– Cap. 2.20-23: Inutilidade do ascetismo
20 Se
morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no
mundo, vos sujeitas a ordenanças: 21 não manuseies isto, não proves
aquilo, não toques aquiloutro 22 segundo os preceitos e doutrinas
dos homens?
É uma pergunta em forma de
repreensão.
A ideia é a de que, se morremos
em Jesus (e fomos por este fomos libertos), como voltar a se escravizar por
determinados tipos de ordenanças criados pelos homens?
Se Jesus cancelou o escrito de
dívida contra nós por conta de uma lei verdadeiramente dada por Deus,
encravando na cruz, como poderiam os cristãos agora se deixarem escravizar por
uma “lei” humana?
“Não manuseies, não
toque, não prove”. Não sabemos com certeza que regras Paulo estava se
referindo. Alguns exemplos possíveis:
- se abster de certos tipos de comida (talvez totalmente
de carne);
- se abster de certos tipos de bebida;
- formas específicas de se vestir;
- evitar contato com determinadas pessoas;
- evitar casamento;
- formas rigorosas de jejum;
“Segundo os preceitos e
doutrinas dados pelo homem” retoma o pensamento dado em Mc 7.6-7 e Mt 18.8-9,
que por sua vez remontam a Isaías 29.13. O problema maior dessas regras não são
por elas em si, mas pelo fato de tornarem a adoração a Deus inútil, bem como
impedirem que se cumpram os verdadeiros mandamentos do Senhor.
“Pois todas essas coisas, com o
uso se destroem”. Invoca o perecimento de qualquer coisa manuseada (ou não)
nesse nosso plano de existência, notadamente a questão alimentar. Se destroem,
pois, como disse o nosso Senhor, “entra pela boca, passa pelo estômago e é descarregado
na latrina” (Mt 15.9). Notem a simplicidade e a clareza do ensino de Jesus
acerca disso! Ou seja, comer ou não comer, beber ou não beber, não faz de
ninguém melhor ou pior. Conforme Rm 14.7, se abster ou comer, desfrutar ou não,
nenhuma diferença faz para a piedade cristã.
Uma grande tentação do rigorismo
ascético é achar que, por cumprir tais coisas, alguém se faz mais agradável a
Deus. Pode-se chegar também ao ponto de começar a julgar aqueles que não
guardam tais preceitos como pessoas inferiores. Para a soteriologia neo
testamentária, o pior ainda é que, geralmente tais tendências ascéticas
costumam se arrogar com a possibilidade de se chegar a patamares maiores de
espiritualidade, mesmo desprezando a mediação de Cristo. É mais uma tentativa
de se chegar a Deus por esforços próprios.
23 Tais
coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de
falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não tem valor alguma contra a
sensualidade.
“Aparência de sabedoria”: essas
complexas regras ascéticas podem dar a impressão de serem coisa sábia mesmo, de
gente entendida no assunto. Há uma certa atração mundana por tais questões. As
pessoas olham e chamam tais atos de espirituais, interessantes, etc.
” como culto de si mesmo, e de falsa
humildade, e de rigor ascético”: esse rigor ascético, essa quantidade de regras
acaba gerando justamente o efeito oposto, qual seja, ao invés de culto a Deus,
acaba se tornando um culto de si mesmo. É algo do tipo: a pessoa cria umas
regras, cumpre essas regras, e se acha o bom. E diz que os que não cumprem tais
regras não são bons. É falsa humildade, porque, o cumprimento dessas regras dá
uma aparência de humildade religiosa, mas tal humildade é falsa, pois ele
entende que está se tornando mais espiritual, mais entendido que os demais.
“não tem valor algum contra a
sensualidade”: por se tratarem somente de regras e aparências externas, não
combate devidamente a carne. Tal pessoa segue essas regras pela carne, vive
pela carne, e continua sendo carnal.
“Em resumo: a acusação de Paulo é
que esta ‘piedade’ religiosa era passível de ser abusada. Ostensivamente,
empreendia a promoção dos mais altos interesses espirituais do devoto, mas o
fazia de tal modo que servia somente para fazer dele um homem orgulhoso.
Explorava seu amor ao conhecimento secreto; alegava oferecer-lhe a chave ao
enigma de Deus e do universo; convidava-o a explorar o segredo do destino por
meio de aplacar os ‘espíritos elementares’ e de venerar as hostes angelicais; prometia
uma recompensa a um regime de disciplina, de jejuns e de mortificação de si
mesmo; o recebimento de visões de coisas celestiais, verdadeiras ‘realidades’
além do mundo da matéria e da percepção dos sentidos; dava-lhe um senso de
domínio-próprio que o colocava à parte doutros homens que eram subjugados pro
suas tentações e vícios. Tudo isso, Paulo objeta abertamente, é apenas ‘vãs
sutilezas’ (2.4). Quanto ao seu sucesso nos seus alvos declarados, deixa de
manter a ‘carne’ sob controle. Pelo contrário, promove um espírito egoísta e
insensato que alega ter uma experiência particular que está aberta apenas a
umas poucas pessoas selecionadas” (MARTIN, Ralph P. Colossenses e Filemon, p. 111).
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